segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

the needle tears a hole

I hurt myself today, to see if I still feel

Inúmeras vezes diferentes pessoas questionaram-me qual era o meu medo. Tive várias respostas: a solidão, a impossibilidade de realizar sonhos, errar, ser esquecida, perder algo ou alguém. E todas essas eram respostas verdadeiras. Suas verdades podem ter durado alguns minutos ou alguns anos, (pode ser que algumas ainda sejam), mas o fato é que quando tropeçaram para fora de minha boca, eram tão reais quanto o chão que eu pisava no mesmo instante.
Acho que meu maior medo era de não sentir medo. De estar em algum ponto onde não houvesse o que esperar nem desesperar, onde nada surgiria frente aos meus olhos e eu estaria ali, parada, destemida de tudo que não corria o risco de acontecer. Nesse instante eu não seria eu, Mayara. Estaria adormecida num eterno momento de desacontecimento, nem viva nem morta: eu seria um ser inutilizado, como uma tecnologia velha. Esse sim era o maior e mais devastador deles; o medo de ficar parada e não sentir nada.
Em algum momento deixei de procurar definir e justificar meus maiores medos e inseguranças, deixo que eles aconteçam. Muitas vezes eles chegam, me abraçam, me desesperam e se vão, me deixando mais viva e pulsante, pro bem ou pro mal. Não quero dizer que tudo está bem, muitas vezes acaba mal, com o coração rebentado de uma dor que não se fala, nem se vê, de um medo aterrorizante que paralisa minhas pernas e minhas palavras... Mas ainda sim estou viva e estou aqui, gritando, sorrindo, com ou sem deus, e prefiro isso a estar afogada no meio do desuso.

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