segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

the needle tears a hole

I hurt myself today, to see if I still feel

Inúmeras vezes diferentes pessoas questionaram-me qual era o meu medo. Tive várias respostas: a solidão, a impossibilidade de realizar sonhos, errar, ser esquecida, perder algo ou alguém. E todas essas eram respostas verdadeiras. Suas verdades podem ter durado alguns minutos ou alguns anos, (pode ser que algumas ainda sejam), mas o fato é que quando tropeçaram para fora de minha boca, eram tão reais quanto o chão que eu pisava no mesmo instante.
Acho que meu maior medo era de não sentir medo. De estar em algum ponto onde não houvesse o que esperar nem desesperar, onde nada surgiria frente aos meus olhos e eu estaria ali, parada, destemida de tudo que não corria o risco de acontecer. Nesse instante eu não seria eu, Mayara. Estaria adormecida num eterno momento de desacontecimento, nem viva nem morta: eu seria um ser inutilizado, como uma tecnologia velha. Esse sim era o maior e mais devastador deles; o medo de ficar parada e não sentir nada.
Em algum momento deixei de procurar definir e justificar meus maiores medos e inseguranças, deixo que eles aconteçam. Muitas vezes eles chegam, me abraçam, me desesperam e se vão, me deixando mais viva e pulsante, pro bem ou pro mal. Não quero dizer que tudo está bem, muitas vezes acaba mal, com o coração rebentado de uma dor que não se fala, nem se vê, de um medo aterrorizante que paralisa minhas pernas e minhas palavras... Mas ainda sim estou viva e estou aqui, gritando, sorrindo, com ou sem deus, e prefiro isso a estar afogada no meio do desuso.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Both hearts

When I look into your eyes, I can see a love restrained. But darling when I hold you, don't you know I feel the same?
It's so close sometimes, but my heart keep going apart, I feel like it's just another version of me, within you, without you.
And it speaks out loud how good knows me and how better I am with it, with you inside of it.
Is that true?


OH fuck, it's starting all over again

domingo, 31 de janeiro de 2010

bebendo a tempestade

Ouça um bom conselho, é inútil dormir que a dor não passa.

A flor que o livro secou, nas minhas mãos e eu beijo a pétala, que foi lilás, que vai amarelando dia a dia, junto com a memória de uns momentos cotidianos não marcados. A saudade que aperta no peito feito morte de bezerro, a lágrima que foge no cantinho do olho, quando já não pode mais se pendurar dentro da gente. Ah! Essa dói quando foge e escorre pela pele da gente, que logo começa a arder... Love burns.
Já me chamaram de falta, de saudade esse nó que se agarra na minha garganta e vai virando tudo por dentro, que enrosca no peito e segura a voz da gente, de um jeito que só dá pra falar sem querer: cantando, gritando, escrevendo, sem querer falar aquilo que a gente quer falar mesmo. Mas eu não sei dar nome não, moço. O que sei é o gosto daquela pétala, é bem o gosto da voz que me disse tudo aquilo que só eu ouvi, viu. É o gosto de quando a gente sabe que tem algo extraordinário acontecendo inconscientemente, e a gente esquece. Só lembra nessas horas, quando vem essa lágrima que corta feito aço de navaia, quando o coração fica afrito, bate uma a outra faia, só lembra de pouco, de leve, um tantinho de um sentimento que a gente tava lá, sentindo no auge, sem nem mesmo saber.
Coloco a flor de volta, dentro da agenda. Choro uma nota perdida dentro de mim, que fala de distância, de amor, de saudade... Meu amor, meu amigo, you're here, within me, without me, what ever fucking may happen.
I freakin' love you more and more.





Fuck, that hurts, and hurts so much.

insomnia

Uma imensidão: o papel na frente dos meus olhos e as mãos que tremem para escrever.
Não.
O laptop esparramado no colo e os dedos frenéticos apertando teclas em M, G, D, S, quais mesmo?
Ainda não. A tinta no pincel, correndo pelo papel, pela tela, pelo chão, escorrendo em uma cor, única, furtiva, marcando como fogo, corroendo o branco dos cantos que encontra com sua existência cheia de unicidade: a cor.
Também não: é a caneta, azul-popular riscando na pele morena-amarelada de tanto encarar parede atrás de parede, o desejo, a espera, a vontade além-mar, a vida que mal começou até agora, o medo, a fuga do medo de não encontrar nada, ninguém, de chegar no fim do caminho, o que me importa é a jornada, o fim é conseqüência que não quero assumir.